Habito na “próxima vida” com Design Gráfico

Estava uma bela tarde de final de Verão, a cheirar a Outono. Fomos ao café do costume, comer a torrada do costume com chá de menta…

Rimos à gargalhada não me lembro de quê. De qualquer disparate giro! Também não interessa, porque quando ela tem o seu maravilhoso sentido de humor subtil apurado, isso significa que está saudável da mente.

Eu – No final de Setembro vou estudar Design Gráfico. Todos os dias. No final, tenho que fazer um estágio numa empresa.

Avó (93 anos) – Já não queres trabalhar mais para o que estudaste? Formaste-te em quê?

Eu – Em biologia e jornalismo e comunicação. Passei 20 anos a escrever (e a falar pouco) sobre isso. Não, não quero mais ser bióloga nem quero mais escrever [como se vê por este post, não quero mais escrever sobre biologia…].

Avó (93 anos) – Mas, não gostaste de ser bióloga?

Eu – Gostei, mas a biologia deixou de me interessar [de me encantar, percebem?].

Quero calar todas as palavras a mais e transformar mensagens em imagens claras que falam por si. Quanto menos palavras melhor. Quanto mais silêncio melhor.

Passei os últimos 20 anos, por entre rabiscos, a dizer vezes sem conta: “Na próxima vida serei designer gráfica”. Vivi 47 anos para me encontrar com este momento. Dei-me conta que estou a viver a “próxima” Vida. O que virá depois? Logo se vê. É um dia de cada vez.

P.S. Imagem criada em 2017, como resposta ao pedido “Define-te Rita…”, ao qual respondi “Prefiro desenhar-me…”.

Reflexão: O que é o Lego, o hobby, a marca?

O Lego promove a construção de criações originais, potencialmente Obras de Arte. Permite ficar “in the zone”, ou seja, focar-nos e concentrar-nos dentro de um fabuloso Silêncio Mental e, por isso, mergulhar numa enorme Paz Interior, o que os rabiscos também promovem.

O Lego é uma forma de Vida para milhares de pessoas em todo o mundo que constroem ou vendem Lego, a tempo inteiro ou parcial, profissionalmente ou como hobby. A relação com o Lego parece ser quase sempre uma paixão. Como tal é também promotor de invejas, vaidades e avarezas espelhadas pelas redes sociais. São emoções típicas do relacionamento com objectos muito belos, caros e/ou raros.

Enquanto hobby, o Lego anda a salvar-me a Vida desde o inicio de 2018. Parece uma declaração exagerada, não é? Mas parece-me cada vez mais real, quando remexo nas memórias das “infinitas” horas deitada na cama, durante três meses após uma cirurgia à coluna, e durante o ano seguinte em todos os momentos de lazer quase sempre deitada.

O Lego tem-me ajudado a passar o tempo e a esquecer as dores constantes no corpo e na Alma, não tanto pela possibilidade directa de construção, mas pelo explorar de milhares de vídeos no YouTube partilhados por vários fãs com canais bem estruturados que exploram o Lego de diversas formas (comentários a sets novos lançados todos os meses, construções originais, relacionamento através do Lego entre pais e filhos, convivência entre fãs em conversas online, dicas sobre como gerir lojas de sets e peças, etc).

O Lego ajudou-me a aprender muitas coisas novas, a “rabiscar” em três dimensões, a ser criativa de várias formas e não apenas no desenhar de uma outra forma que não estava habituada. Passado todo este tempo, continuo a aprender. Tenho a certeza que vou continuar a aprender constantemente ao longo dos anos através do conhecimento de peças novas ou muito antigas, do softaware para criar construções digitais, da gestão da organização das peças, do negócio, da produção de conteúdos com a utilização de Lego em diferentes formatos. É uma fonte interminável de possibilidades de aprendizagem em diversas competências e áreas da vida.

Existe ainda uma dimensão extraordinária, que vai além da construção: é uma forma de contar Histórias e dar asas à Imaginação se o Lego for construido para além das instruções.

A marca Lego nem sempre é consistente nos valores espelhados nos sets que lança (ou que decide não lançar) no mercado global, mas tem um atendimento ao cliente (pelo menos nos EUA e na Europa) impressionante, constando que é o melhor do planeta. Apesar dessa inconsistência e dos seus produtos de elevada qualidade serem muito caros (sobretudo, do ponto de vista dos utilizadores de países fora dos EUA e Europa), a marca tem uma fundação que promove a educação e a acessibilidade do brinquedo em zonas mais carenciadas. O Lego enquanto brinquedo promove a necessidade cada vez mais urgente de acessibilidade física, intelectual e de inclusão social. Quantas marcas de brinquedos incluem diversidade de tons de pele, diferentes formas de vestir, diferentes formas de estar na vida? Quantos brinquedos promovem tanto a criatividade? Quantos destacam o papel feminino na sociedade como faz a Lego? Quantos brinquedos incluem pessoas em cadeiras de rodas e cegas a viver as suas vidas no dia-a-dia?

A marca Lego é muito inspiradora na forma como se foi adaptando e reinventando desde a sua criação em 1932. É que para todos Vivermos da melhor forma temos que nos ir adaptando e reinventando face às circunstâncias.

Sempre que penso em Lego imediatamente associo a palavra a Felicidade e Jovialidade mental em todas as idades.

Newsletter | Muitas actividades, muitas para fazer em casa…

. Há muito que fazer da mesa e do sofá de casa apesar da quarentena coronoviral (Covid-19)! Muitas mesmo: rabiscos, concertos em streaming (em directo), tours online por museus e exposições, jogos com Lego,
. A Máquina de escrever de Paul Auster
. Meu 1º Rabisco em Garden Sketching tem quase 20 anos
. Pinto Joaquim Rodrigo
. Milhões de imagens de colecções de Museus gratuitas para usar e abusar com critatividade
. #VirtualJumpSketch com Tim Burton
. Os nossos patudos não transmitem Covid-19! Não os abandonem!!

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Newsletter | “Olá! Está aí Alguém?”, Minecraft, Tim Burton…

. Processos de escrita desta newsletter
. É um desejo de partilhar
. Livro “Olá! Está aí alguém?” para questionar
. O Sketcher de “todos” os Nova Iorquinos está a rabiscar no “céu”
. “Rabiscar por aí em 2020: Porquê fazê-lo?”
. Ilustração “Juntos fazemos o mundo”
. Lego Minecraft inventado
. Curta Metragem Vincent de Tim Burton
. Barcos dos Vikings

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Lego Minecraft | Vila inventada

A estrutura do videojogo Minecraft inspira o tema Lego com o mesmo nome, porque funciona com construção a partir de cubos. A minha vila inclui todas as peças que tinha disponíveis, as figuras Steve, Alex, Esqueleto Ardente, Zombie e Baby Zombie. Adicionei bicharada adicional para criar mais vida ao espaço para além do lobo, da raposa, do morcego (escondido) ao estilo Minecraft. Este MOC inclui construções das duas caixas (ou sets) Lego 21162 e 21141.

Demorei-me nisto entre 4 a 5 horas, nas quais me senti “estupidamente” feliz. No final do dia tinha um sorriso mesmo tonto ;-)

Talvez pudesse não ter colocado a placa cinzenta como base para libertar as estruturas com o objectivo de criar mais espaço entre elas na vila. Parece-me cheia demais, o que se resolveria dando espaço em “branco”. Uma das “magias” do Lego Minecraft é semelhante à do desenho inacabado. É deixar por construir para a imaginação contar. Fazem falta estruturas mais inacabadas… Esse é o meu maior desafio e é por isso que me sinto fascinada por este tema Lego =)

Newsletter | Máquina de escrever, livros técnicos para a Vida, Arte em Museus na TV…

. Agora teclo numa máquina de escrever dos anos 1960
. Memórias de Barcelona
. Livro tão nerd sobre como bem escrever textos em exposições…
. Entrevista a Sara Barriga sobre o Plano Nacional das Artes
. É muito importante rabiscar nas reuniões…
. Nostalgia de um encontro de rabiscos durante um filme numa sala de cinema
. #VirtualJumpSketch a Cape Town
. Um documentário elitista (chamemos as coisas pelos adjectivos adequados) sobre 8 Museus na TV Portuguesa online
. Sabiam que o Picasso está mesmo ao lado ali em Algés-Oeiras?

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Newsletter | Papiro para (r)Escrever, Sonhar Acordado, 20 Visitas Virtuais…, Louvre,

. Hei-de Amar-te Mais
. (r)Escrever
. Muito sobre Desenho Etnográfico
. Da importância das plantas e dos cães na Vida
. Biblioteca inventada
. Ana Hatherly
. 20 Exposições virtuais e o Louvre
. Mediação Cultural – Entrevista com Susana Menezes

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Newsletter | O que é O livro certo? O retorno do #VirtualJumpSketch e muito +

. Posso hibernar?
. Há mais de 17 anos a blogar
. O caderno vermelho
. O que é o livro certo?
. Dicas para melhor visitar os museus e os espaços culturais
. Não conseguimos imitar os desenhos das crianças. Porquê?
. #VirtualJumpSketch por aí
. Desenhar 50 pessoas
. Mergulhar bem fundo
. Rabiscos em tumbnails
. Voltar a fazer e refazer-nos
. Agenda de Actividades cada vez mais Acessíveis

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Newsletter | Do Chegar a Casa (Home)…

. Das resoluções e o disparate que é celebrar o suposto ano novo
. A metáfora da (re)construção encontrada num Flamingo Nanoblock
. Paz e da falta Do Chegar a Casa (Home)
. Leitura recomendável e recheada de cor e de humor: O dia em que os lápis chegaram a casa
. Reflexão em a “Resistência: à mudança, mas também à tradição”  e em “Porte-se como deve ser”
. Projecto e Desafio #VirtualJumpSketch está de regresso em modo livre (a página aqui no blog vai ser actualizada em breve).
. Vídeos maravilhosos que divulgam livros
. Podcast sobre o que lê um futebolista Português
. Uma macieira do Pomar dos meus avós.
. Agenda de Actividades cada vez mais Acessíveis

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2019->2020 | (Re) Construção

No ano 2019 senti-me quase sempre assim…
estou cansada disto!

Uns dias antes do Natal, uma Amiga chamou-me ao gabinete dela, no nosso local de trabalho, e deu-me o set tipo-Lego deste flamingo.
Sorrindo muito, imediatamente perguntei:
– É para quando?

Estava a pensar que ela precisava que montasse o Flamingo Nanoblock para qualquer projecto urgente… Mas não. Ela e o namorado compraram esta belíssima peça para me oferecer Só porque Sim! As melhores prendas oferecidas e recebidas são aquelas “Só” porque Sim! =) <3

Ao começar a montar, percebi que existem sets japoneses “tipo-Lego” muito interessantes e difíceis de montar, devido sobretudo aos seus tijolinhos nano-minúsculos. Há sets da marca Nanoblocks que vêm com uma pinça, mas com este não havia pinça…

Fui montando, devagar, durante vários dias, até que percebi, que este Flamingo Nanoblock é a metáfora do que tem sido a minha vida no último ano, ou dois, ou três…

Espero que em 2020 me sinta mais reconstruída,
mesmo que em constante desafio na procura pelo equilibrio…

Newsletter | Questionar, Explorar e Aprender, Para que servem os Museus e Mediação Cultural…

. Cartas a um jovem cientista
. Aprender a aprender… outra e outra vez!
. Perguntas que sempre quis fazer a pessoas Criativas
. Um dos cursos online mais realizados de sempre “Learn how to learn”
. Explorador: Jorge Nunes
. Esboço de Natal de há 10 anos
. Novo podcast “Lugar da Mediação” entrevista Joaquim Jorge
. Conversa “Para que servem os museus?”
. FS 2´´ visitarão Livraria Solidária Déjà Lu em 5 de Janeiro
. Agenda de Actividades cada vez mais Acessíveis

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Newsletter | Brain Pickings, Balanços Pré-Natal, a 1a Aguarela…

. Balanço pré-Natal
. Palavra do ano: Cinismo
. Brain Pickings para nos refazermos
. A felicidade importa na vida laboral como na vida pessoal
. A 1a Aguarela
. Encontro no Aquário Vasco da Gama no próximo Sábado
. Humor Negro com Lego
. e mais…

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Newsletter | Renovações, Cor e Azuis, Ramsés, Políticas Culturais

. Insónias produtivas e criativas
. Obras e remodelações
. O azul passou do tecto para o chão da cor dos mares tépidos
. A relevância da cor… terapêutica
. Será que é a partir de agora que me torno seriamente minimalista?
. Bola Amarela para satisfazer a paixão pelo Ténis
. Muitas sugestões de leitura para pensar Políticas Culturais
. Colecção de romances históricos “Ramsés” de Christian Jacq
. Azul-esverdeado e Azul-petróleo
. Um candeeiro com histórias da Avó
. Gestão cultural e desobediência civil… que tentação
. Divulgação de Ciência no Dia Aberto do ITQB 2019
. Liz desejo-te uma família para sempre…

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Newsletter | Há 20 anos aprendi a desenhar & 10 anos de Urban Sketchers

Os Urban Sketchers Portugal comemoram o seu 10º aniversário. Ando há 10 anos a rabiscar ao vivo pela rua e por espaços culturais. Não foi um processo fácil, porque dispormo-nos a fazê-lo publicamente sob o olhar dos transeuntes é difícil, mas estando em grupo torna-se mais leve. Em 2013, fui passar um fim-de-semana com os sketchers a Elvas e outro a Castelo Branco e integrei-me de vez. Desde então, enchi muitos cadernos de desenhos e de memórias maravilhosas e organizei bem mais de 100 encontros.

O urban sketching pode trazer muito mais do que desenhos em cadernos. Para além do prazer enorme no próprio acto de desenhar, de o fazer muito melhor com a prática, vários outros aspectos fantásticos aconteceram: amizades que se foram instalando e crescendo com pessoas bem diferentes do habitual até então; a descoberta pela paixão de organizar eventos e promover o encontro entre pessoas com um objectivo comum; o desejo de partilha do que aprendi pelo caminho, que me chamou para a organização de workshops para “quem acha que nunca saberá desenhar e pintar”.

Desenho concretizado para celebrar 10 anos de USkP. 
Árvores e roupa estendida são dos meus temas preferidos!

Para ler o meu texto celebrativo completo, clicar AQUI.

Estendi-me ainda por outros temas paralelos e perpendiculares e diagonais ;-)

. Fascínio por espaços culturais, sobretudo Museus, e por os explorar como visitante
. O Urban Sketching mudou a minha forma de Viver
. Keri Smith, autora de “Destrói este diário”, e os seus livros
. A celebrar este blog Papiro papirus – Rabiscos e Aguarelas
. Rabisco, essa palavra fascinante que adoro usar no meu “linguajar” próprio
. Alguns dos desenhos de Elvas que mudaram a minha forma de estar nos Urban Sketchers Portugal e nos rabiscos
. Muitos desenhos dos 10 anos dos Urban Sketchers Portugal

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Newsletter | Do maravilhoso que é Sonhar Acordado, Serendipidade, 12 anos depois…

. Sonhar acordado
. A importância de estarmos melhor preparados para sermos Cidadãos Digitais
. As Histórias que as árvores antigas nos podem contar e a suposta mais antiga da Europa
. Cosmos, o livro e as séries de divulgação científica sobre a Terra, o seu contexto na nossa galáxia, o Universo…
. O melhor da Vida tem-me acontecido por Serendipidades positivas
. Este blog já tem 12 anos
. Literacia financeira rabiscada para melhor compreendermos algumas nerdices do dia-a-dia
. Desenhos para rotinas que nos ajudam a ter melhores dias
. Explorem actividades mais acessíveis na Agenda Especial “Cultura Acessível”
. Uma cadela adulta e educada para donos que precisam de calma

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Newsletter | Forky, prioridade aos SketchNotes, Anatomia em Lego, FS 2´´ em Cascais amanhã…

. Cão e Árvore abstracta Lego
. Forky, um herói com dúvidas existenciais
. Prioridade aos rabiscos analógicos na fase inicial de projectos
. Crónicas de livros viajantes
. Como bem usar canetas-de-feltro
. Trevo
. Vamos amanhã desenhar para Cascais com Vela
. Anatomini e a História da Lego
. O papel político das organizações culturais

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Quando não se é bem-vindo fica-se muito bem na rua em Belém

Sonhei com desenhos das lâmpadas em exposição no antigo Museu da Electricidade durante três ou quatro semanas e em desenhar o primeiro carro eléctrico em Portugal.

Mas isso não aconteceu, porque quando uma pessoa não se sente bem-vinda não deve ter problemas em “dar de frosques”. Ai não me deixam entrar com o banquinho dos rabiscos? Então, adeus!

Sobraram os pensamentos positivos, os riscos sorridentes e tagarelas. Não digam a ninguém, mas a falta dos cabos na Ponte 25 de Abril não foi obviamente de propósito ;-)


A passagem sucessiva de barcos à vela mesmo à nossa frente foi mote para desenho cego e de linha contínua. Um exercício muito livre, sempre com resultados agradavelmente surpreendentes.

E assim foi no último encontro dos FotoSketchers 2 Linhas no agora MAAT, que já foi o antigo Museu da Electricidade. Tiram-lhe o nome, adicionaram 5 euros à antiga exposição permanente (antigamente gratuita), na qual já não podemos entrar com a nossa mochila, nem de banquinho de rabiscos. Com tanta “fofura”, fiquei cá fora e muito melhor, porque me constou que lá dentro estava abafado. A EDP deve ter dificuldades em pagar a conta da electricidade, por isso nada de colocar ar condicionado. Deve ser para que os visitantes não fiquem lá dentro muito tempo no Verão…

Só me apetece dizer cenas que podem mesmo ser disparates e má língua, mas não consigo esperar coisas muito boas de um museu que se fez inaugurar e reinaugurar várias vezes… Se fizesse com que os visitantes se sentissem abraçados e bem-vindos, não precisariam de reinaugurações.

Nem sequer nos levantámos para ir ver a cara do edifício novo que parece a boca de tubarão… Não nos fez falta nenhuma.

Pronto, pronto, já passou… Mas não me apanham por aquelas bandas enquanto me lembrar disto que aconteceu.

Newsletter | + férias, Fazer “Nada” , Objectos que Voam, corta e cola… rabisca para pensar…

. Colas, tesoura e recortes para descansar a cabeça e refrescar a memória
. Fazer nada de Nada?
. Máquinas voadoras
. Da inutilidade de Ser
. Silêncio dEscrito
. Desafio Lego
. Caderno e Antropologia pensar Cultura
. Canetas e mais para esquerdinos
. Inscrições para conferência “O papel político das organizações culturais”,
. Liz, dá cá a patinha…

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No Museu do Ar a pairar…

Clicar nas imagens para ver maior

Tenho a impressão que a última vez que me senti emocionada assim, ao entrar num Museu, foi no Aquário Vasco da Gama, em 2016, onde não entrava há muitos anos. Emocionei-me … O Museu do Ar, no seu polo de Sintra, é um lugar cheio de ar em redor, no meio do campo. Adorei o logótipo no edifício. Depois dos modelinhos minúsculos, o que se vê é a Máquina Voadora de Da Vinci, os primeiros aviões – Lindos! – e um tecto alto cheio de ar.

Réplica de Máquina Voadora de Da Vinci . Museu do Ar

Talvez me tenha deixado arrebatar assim, porque na véspera da visita tive uma neura terrível (só explicável pelo teor de algumas conversas e de me ter deixado mergulhar numa crise pré-final das férias…). Enfim, que desperdício… ou que faz parte.

Instalação – Voo de João Torto, 1540

João Torto, enfermeiro, fez a primeira tentativa documentada para… voar da Sé de Viseu abaixo… Foi em 1540. Se calhar atirou-se com ajuda de “cenas” delirantes da sua “farmácia” ambulante. Aterrou de pé num telhado qualquer e de seguida fez o seu último voo direitinho para o Céu…

Réplica de 14 bis . Santos Dumont, 1906

Ainda estava nos feitos de Santos Dumont e fiquei sem bateria no telemóvel à terceira foto… Pânico! … Hummm… Após aquela reacção “sem pés-nem-cabeça” do tipo “que horror, estou despida!”, decidi que… “bem, afinal vim para DESENHAR!” =)

Passeei por ali adentro, ao lado e por baixo daqueles enormes e maravilhosos aviões e helicópteros. Passado poucos minutos dei com um grupo de turistas Brasileiros adultos =) a brincar de braços abertos a esvoaçar junto ao belo helicóptero de busca e salvamento, que actuou nos Açores em 1950-62. Entrei dentro de aviões (ou parte deles) até ao cockpit. Entretanto, parecia que estava num filme ao ouvir duas passagens de um avião real a voar: zzzzzzzzuuuuuuuuuuuuummm
zzzzzzzzzzzZZZZZZZZZZZZZZuuuuuuuuuuuuummmMMMMMMmmmm
O som parecia ser de um daqueles aviões com hélice à frente. Pelo menos foi o que o imaginei. Até o chão estremeceu.

Deixei-me invadir pela nostalgia nas exposições da TAP e da ANA, por causa de um workshop de rabiscos que organizei há uns anos no Museu do Design e da Moda, exactamente sobre os mesmos temas muito estéticos.
O primeiro simulador de voo Português parece um brinquedo para miúdos pequenos. Muito fofo!

No último hangar, dois aspectos chamaram o meu prolongado olhar:
– Pendurados estão muitos modelos a pairar! Senti-me verdadeiramente puxada a levantar voo para o tecto!
– Na entrada, está o avião do Comandante António Faria e Mello que se deslocava em cadeira de rodas. Fiquei muito impressionada… porque o piloto Português deu duas vezes a volta ao mundo em monomotor.

Quem é que não gosta de um espaço com um wc que cheira bem e que é amigo de pessoas baixinhas (nem só as crianças são baixinhas, há adultos também mínimos!)?

Com espanto e há uns dias descobri que o Museu está apetrechado com uma plataforma de visita áudio-guiada através de uma plataforma digital, ou seja uma app, que pode ser instalada gratuitamente nos nossos telemóveis para que possamos ouvir contar as histórias sobre cada um daqueles maravilhosos objectos. Confesso que ainda não experimentei, mas haveremos de lá chegar.

Legenda do 14 bis . Clicar para ler

As legendas não têm texto justificado à esquerda. E então? Paciência. São inclinadas para ajudar a leitura de pé, curtas e claras e foram simpaticamente impressas a branco com fundo escuro – muito adequado para um sítio com tanta luz natural. São fáceis de ler a uma boa distância. São fáceis de compreender!

Para ser um “museu de Pantufas“, precisava de ter uns sítios para as pessoas se sentarem aqui e ali a descansar as pernas, apreciando em simultâneo tamanhas Obras da Arte, da Ciência e da Tecnologia. Não são outra coisa, estas Máquinas Voadoras.

Sem espanto, entretanto, descobri que o Museu do Ar (Polos de Pêro Pinheiro – Sintra, de Alverca – Vila Franca de Xira e de Ovar) foi considerado o museu do ano 2013 pela Associação Portuguesa de Museus, foi escolhido em 2017 como o 5º melhor museu Português pelos utilizadores TripAdviser e está no Top 20 dos melhores museus do mundo no tema da aviação.

Porque nunca lá tinha ido?! Este é um Museu lindo, abraçado (não se incomodaram com o meu banquinho e com o meu estendal para rabiscos), Acessível e é mesmo para Pessoas variadas! <3
Em breve, o grupo FotoSketchers 2 Linhas irá organizar um encontro lá mesmo!! Vamos?

P.S. para nerds: Tese de Mestrado “Museu do Ar : contributo para um modelo de gestão e programação” (a explorar em breve…)